Mário Cesariny de VasconcelosYou Are Welcome To Elsinore
Entre nós e as palavras há metal fundenteentre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirardo mais fundo de nós o mais útil segredoentre nós e as palavras há perfis ardentesespaços cheios de gente de costasaltas flores venenosas portas por abrire escadas e ponteiros e crianças sentadasà espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamoshá palavras de vida há palavras de mortehá palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperarhá palavras acesas como barcose há palavras homens, palavras que guardamo seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras noturnas palavras gemidospalavras que nos sobem ilegíveis à bocapalavras diamantes palavras nunca escritaspalavras impossíveis de escreverpor não termos conosco cordas de violinosnem todo o sangue do mundo nem todo oamplexo do are os braços dos amantes escrevem muito altomuito além do azul onde oxidados morrempalavras maternais só sombra só soluçosó espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedadose entre nós e as palavras, o nosso dever falar
*
Em todas as ruas te encontroem todas as ruas te percoconheço tão bem o teu corposonhei tanto a tua figuraque é de olhos fechados que eu andoa limitar a tua alturae bebo a água e sorvo o arque te atravessou a cinturatanto, tão perto, tão realque o meu corpo se transfigurae toca o seu próprio elementonum corpo que já não é seunum rio que desapareceuonde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontroem todas as ruas te perco.
Entre nós e as palavras há metal fundenteentre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirardo mais fundo de nós o mais útil segredoentre nós e as palavras há perfis ardentesespaços cheios de gente de costasaltas flores venenosas portas por abrire escadas e ponteiros e crianças sentadasà espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamoshá palavras de vida há palavras de mortehá palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperarhá palavras acesas como barcose há palavras homens, palavras que guardamo seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,as mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras noturnas palavras gemidospalavras que nos sobem ilegíveis à bocapalavras diamantes palavras nunca escritaspalavras impossíveis de escreverpor não termos conosco cordas de violinosnem todo o sangue do mundo nem todo oamplexo do are os braços dos amantes escrevem muito altomuito além do azul onde oxidados morrempalavras maternais só sombra só soluçosó espasmo só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedadose entre nós e as palavras, o nosso dever falar
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Em todas as ruas te encontroem todas as ruas te percoconheço tão bem o teu corposonhei tanto a tua figuraque é de olhos fechados que eu andoa limitar a tua alturae bebo a água e sorvo o arque te atravessou a cinturatanto, tão perto, tão realque o meu corpo se transfigurae toca o seu próprio elementonum corpo que já não é seunum rio que desapareceuonde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontroem todas as ruas te perco.
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