Wednesday, May 18, 2005

NECROLOGIA DO VERBO AMAR

Amo – lançando-se contra moinhos de vento gritava dom Quixote.

Amo – envenenado de céus gritava Otelo.

Amo –recostado em Ossian soluçava Werther.

Amo – tremendo nas carruagens de Jasvin repetia Vronski.

Amo – separando-se de Grusenka sonhava Dimitri Karamazov.

Amo –brandindo a espada recitava Cyrano.

Amo – regressando do comício sussurrava Jacques Thibault.

Amo – gritaria também o herói de um romance contemporâneo,mas o autor não lho permite.

Não está na moda.
O amor já não é contemporâneo.

Izet Sarajlic

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