Wednesday, November 30, 2005
Tuesday, November 29, 2005
Monday, November 28, 2005
Wednesday, November 23, 2005
bruxelas nao e bonito.os teclados sao marados.as gouffres sao boas.amanha provavelmente antuerpia e depois amesterdao.
Monday, November 21, 2005
"Não posso acreditar", disse Alice.
"Ai não?", perguntou a Rainha Branca em tom condoído.
"Tenta outra vez; inspira fundo e fecha os olhos."
Alice riu, "Não vale a pena tentar", disse. "Uma pessoa não pode acreditar em coisas impossíveis."
"Atrevo-me a dizer que não tens muita prática", disse a Rainha. "Quando tinha a tua idade, fazia sempre isso meia hora por dia. Ora, cheguei a acreditar em seis coisas impossíveis antes do pequeno-almoço."
Lewis Carroll
Sunday, November 20, 2005
Friday, November 18, 2005
Wednesday, November 16, 2005
Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido
Chegava o mês de maio e era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido
E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer.
Ruy Belo
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido
Chegava o mês de maio e era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido
E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer.
Ruy Belo
Curva
Antes não nos pesava
O passado, colhíamos os dias
Ainda verdes, a frescura da sua polpa
Na vontade dos nossos
Dedos.
Depois vieram os sinais
dos primeiros cansaços sem remédio,
a noite fincou-se nas pedras,
fez-se de estorvos.
Aquilo que sobrou de ti
cabe-me nos bolsos
e é pouco para as minhas mãos.
(de Rui Pires Cabral - Geografia das Estações)
Antes não nos pesava
O passado, colhíamos os dias
Ainda verdes, a frescura da sua polpa
Na vontade dos nossos
Dedos.
Depois vieram os sinais
dos primeiros cansaços sem remédio,
a noite fincou-se nas pedras,
fez-se de estorvos.
Aquilo que sobrou de ti
cabe-me nos bolsos
e é pouco para as minhas mãos.
(de Rui Pires Cabral - Geografia das Estações)
a dor é uma desordem inimiga
das palavras com o silêncio todo fora
do lugar. saberemos tomar um caminho
por essa floresta escura? poderemos
sequer recuperar a pequena bússola partida,
a caneta e o papel, as nossas certezas
de trazer no bolso?
não nos avisaram contra o medo,
não nos disseram que pode chegar
a qualquer hora, deslealmente,
enquanto o sol dorme na paisagem e as ervas
se levantam para receber o Verão. e agora
que nos perdemos, quase, sem mapa ou sentido
que nos sirva, o nosso único guia é o amor
dos que nos esperam numa sala branca
onde o chão nos falta e não há estações.
rui pires cabral
das palavras com o silêncio todo fora
do lugar. saberemos tomar um caminho
por essa floresta escura? poderemos
sequer recuperar a pequena bússola partida,
a caneta e o papel, as nossas certezas
de trazer no bolso?
não nos avisaram contra o medo,
não nos disseram que pode chegar
a qualquer hora, deslealmente,
enquanto o sol dorme na paisagem e as ervas
se levantam para receber o Verão. e agora
que nos perdemos, quase, sem mapa ou sentido
que nos sirva, o nosso único guia é o amor
dos que nos esperam numa sala branca
onde o chão nos falta e não há estações.
rui pires cabral
é o frio que nos tolhe ao domingo
no inverno, quando mais rareia
a esperança. são certas fixações
da consciência, coisas que andam
pela casa à procura de um lugar
e entram clandestinas no poema.
são os envelopes da companhia
da água, a faca suja de manteiga
na toalha, esse trilho que deixamos
atrás de nós e se decifra sem esforço
nem proveito. é a espera
e a demora. são as ruas sossegadas
à hora do telejornal e os talheres
da vizinhança a retinir. é a deriva
nocturna da memória: é o medo
de termos perdido sem querer
a nossa vez.
rui pires cabral
no inverno, quando mais rareia
a esperança. são certas fixações
da consciência, coisas que andam
pela casa à procura de um lugar
e entram clandestinas no poema.
são os envelopes da companhia
da água, a faca suja de manteiga
na toalha, esse trilho que deixamos
atrás de nós e se decifra sem esforço
nem proveito. é a espera
e a demora. são as ruas sossegadas
à hora do telejornal e os talheres
da vizinhança a retinir. é a deriva
nocturna da memória: é o medo
de termos perdido sem querer
a nossa vez.
rui pires cabral
o primeiro cigarro do dia é na varanda
quando faz sol: misteriosamente o terraço
do vizinho continua a concentrar a tristeza
do bairro inteiro. mal acordado, juntas as linhas
que te permitem perceber quem és, onde estás,
o que terás de fazer a seguir. e a angústia
que te abraça é a memória mais antiga
que possuis, vem das casas de Bragança
e Moncorvo, já a conhecias antes de lhe seres
formalmente apresentado. tu nunca quiseste
pertencer. só à ponta da navalha. só no fundo
do beco, encurralado. meu deus, que vocação
para o desassossego. mas será um sinal de resistência
ou uma espécie de defeito anímico? tanto faz,
vamos, põe a cafeteira ao lume. e recomeça.
rui pires cabral
quando faz sol: misteriosamente o terraço
do vizinho continua a concentrar a tristeza
do bairro inteiro. mal acordado, juntas as linhas
que te permitem perceber quem és, onde estás,
o que terás de fazer a seguir. e a angústia
que te abraça é a memória mais antiga
que possuis, vem das casas de Bragança
e Moncorvo, já a conhecias antes de lhe seres
formalmente apresentado. tu nunca quiseste
pertencer. só à ponta da navalha. só no fundo
do beco, encurralado. meu deus, que vocação
para o desassossego. mas será um sinal de resistência
ou uma espécie de defeito anímico? tanto faz,
vamos, põe a cafeteira ao lume. e recomeça.
rui pires cabral
traço a vermelho no mapa
um intinerário indeciso. hoje não serei
verdadeiro, farei o papel mais fácil
que a sorte me entregar.
rui pires cabral
um intinerário indeciso. hoje não serei
verdadeiro, farei o papel mais fácil
que a sorte me entregar.
rui pires cabral
se pudermos estar felizes não será mais bela
a voz do trompetista de Oklahoma? Oh, there's
a lull in my life. sim, o amor é triste e o mundo
é árduo e nunca nos serviu como convinha. mas
nas cercanias da vila, no vokswagen em segunda
mão, vê como resplandecem os vidros de Marlborough
Drive ao entardecer! uma ambição sentimental
à nossa pequena escala, prados entre castanheiros,
duas onças de tabaco de enrolar. que importa
que tudo rode para um fim e que a nossa verdadeira
condição seja morrer um pouco mais a cada instante?
a pele reconhece estas canções, sabe que é Junho,
conhece a estrada que devemos escolher. a pele
é sábia. por uma vez, que valha a pena morrer.
rui pires cabral
a voz do trompetista de Oklahoma? Oh, there's
a lull in my life. sim, o amor é triste e o mundo
é árduo e nunca nos serviu como convinha. mas
nas cercanias da vila, no vokswagen em segunda
mão, vê como resplandecem os vidros de Marlborough
Drive ao entardecer! uma ambição sentimental
à nossa pequena escala, prados entre castanheiros,
duas onças de tabaco de enrolar. que importa
que tudo rode para um fim e que a nossa verdadeira
condição seja morrer um pouco mais a cada instante?
a pele reconhece estas canções, sabe que é Junho,
conhece a estrada que devemos escolher. a pele
é sábia. por uma vez, que valha a pena morrer.
rui pires cabral
Monday, November 14, 2005
Sunday, November 13, 2005
"procure-se na obra de arte não apenas o que lá está mas o que lá estamos"
o senhor que fez um dos quadros que vamos ver
o senhor que fez um dos quadros que vamos ver
porém, tentasses tu isto: ser-me mão na mão
como no copo de vinho o vinho é vinho.
tentasses tu isto.
rainer maria rilke
como no copo de vinho o vinho é vinho.
tentasses tu isto.
rainer maria rilke
pensa: talvez um com o outro pudessem aprender
quais os milagres que se podem repartir.
rainer maria rilke
contra a poesia pura
basta de estrelas
e de nuvens
e de pássaros.
falemos antes de gaiolas
que é tempo de conquistar o céu.
antónio ramos rosa
e de nuvens
e de pássaros.
falemos antes de gaiolas
que é tempo de conquistar o céu.
antónio ramos rosa
poema dum funcionário cansado
a noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido
e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
antónio ramos rosa
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido
e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
antónio ramos rosa
Saturday, November 12, 2005
preciso de tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo 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tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo tempo
mas não tenho.
o tempo é que me tem a mim.
Friday, November 11, 2005
Thursday, November 10, 2005
Wednesday, November 09, 2005
all is full of love*
* o post mais princesa baunilha de que há memória (ou mais baunilha só se tivesse cheiro)
Tuesday, November 08, 2005
I remember thinking
I`ll go on forever only knowing
I'll see you again
but I know
the touch of you is hard to remember
but like that touch I`ve known no other
and for sure we have danced
in the risk of each other
would you like to dance
around the world with me?
dave matthews band
Monday, November 07, 2005
palavras mais bonitas do que o que nomeiam ou para quê gastar música com isto
urinol testemunha aristocracia guilhotina cocaína cárie assassínio chacundé ruína tirania coice coágulo kilojoule tachim
palavras bonitas ou com estas palavras voa-se baixinho
poeira tango luísa bainha florianopolis pistilo baiana bailadeira papoila caco sapateira ruivinha
Thursday, November 03, 2005
«A primeira vez que entrei num poema não fechei a porta. O poema apanhou tudo. Nunca mais pude sair.»
Vasco Gato
Vasco Gato
Wednesday, November 02, 2005
José Miguel Wisnik
Se meu mundo cair, então
Caia devagar
Não que eu queira assistir sem saber evitar
Cai por cima de mim
Quem vai se machucar
Ou surfar sobre a dor até o fim
Cola em mim até ouvir
Coração no coração
O umbigo tem frio e arrepio de sentir
O que fica pra trás
Até perder o chão
Ter o mundo na mão
Sem ter mais onde se segurar
Se meu mundo cair
Eu que aprenda a levitar.
Do outro lado da minha rua mora um cão preto. Rafeiríssimo, coxo. Ladra a tudo e a todos. Quando não há nada nem ninguém a quem ladrar, ladra na mesma, sozinho, para o ar. Também ele precisa de ouvir o seu próprio latido.Ana Hatherly, mas queria ter sido eu.
Dizem alguns: Só aos artistas deveria ser permitido falar acerca da obra de arte. Com efeito, só eles conhecem a desordem, os crimes que ela reclama. Mas tudo são clausuras e a obra deve falar por si.*Ana Hatherly, again
*pensei em ti, tia prima amiga*
*pensei em ti, tia prima amiga*
«a história é infinita. podemos interceptá-la em qualquer ponto. era uma vez uma cidade onde os habitantes sabiam tanto do sofrimento humano que quando acordavam deitavam-se logo.»
Ana Hatherly
Ana Hatherly
el no sé qué
Estoy a la espera de no sé qué.
¿Por qué demora en revelárseme
el no sé qué?
Nosequé que no te revelas:
estoy pendiente de ti
porque te llevo adentro
y no te puedo encontrar.
Francisco Gandolfo
Estoy a la espera de no sé qué.
¿Por qué demora en revelárseme
el no sé qué?
Nosequé que no te revelas:
estoy pendiente de ti
porque te llevo adentro
y no te puedo encontrar.
Francisco Gandolfo
palavras muito difíceis ou vá, admito, não sei o que significam
celeuma nagalho acinte acrimónia equanimidade invectivar histriónicas pitonisa cacoestesia cognoscibilidade organogenesia aboletar estertorar saltrário acinte nagalho acrimónia equanimidade alijada calenda beneplácito biunívoca rédito*
*eu procuro as palavras no dicionário, prometo, antes de as pôr aqui. para ver se passo a saber o que querem dizer, mesmo que continuem dificeis.
palavras estranhas ou tentem lá fazer poesia com isto
guindaste esparregado cônjuge raspador rubicunda contrabaluarte embarrelar seroso desembargador